Objetivos
da oficina:
• Problematizar o conceito de “Trabalho”
nos dias atuais;
• Refletir sobre a importância dos
trabalhadores e acerca de seu reduzido reconhecimento em algumas situações
socioeconômica;
• Compreender a importância de se
atualizar e se aperfeiçoar profissionalmente utilizando as ferramentas
digitais.
Procedimentos: Sala de aula
Será entregue aos alunos uma cópia do texto “Isso sim é trabalho!”, para ser feita
uma leitura individual e posteriormente uma reflexão sobre o texto. Após isso
será feito um contra ponto utilizando a música “Cidadão” Zé Ramalho. Atividade
reflexiva para trazer respondida na próxima aula: O que o mercado de trabalho espera de nós?
Recursos utilizados:
- Sala de informática;
- Cópias dos textos (anexo 1, 2);
- Cópias dos textos (anexo 1, 2);
- Música;
- Radio.
Formas
de avaliação: A avaliação vai ser contínua e formativa. Os educandos serão
avaliados de diversas formas, dentre as quais destacam-se:
- avaliação atitudinal (postura em sala de aula, respeito
aos colegas e ao professor, pontualidade, material, entrega de tarefas e
participação em sala de aula);
Textos:
Cidadão - Zé Ramalho
Textos:
Isso sim é Trabalho!
Fala-se em trabalho a todo
momento e por toda parte. Só essa constatação já demonstra a importância dele
para a nossa sociedade. Mas o que é trabalho? Quem trabalha?
Bom, você já deve ter escutado alguém
dizer que as abelhas e as formigas, enfim, que os animais trabalham. É certo,
que também os animais produzem, mas será que eles podem produzir pensando em
expectativas futuras como nós pensamos?
Creio que não, pois, os animais interagem
com a natureza de forma inconsciente, não cumulativa, visando atender suas
necessidades imediatas, diferente do homem, que produz conscientemente, que produz
o que precisa e o que não precisa para viver, que produz para hoje e para daqui
a vinte anos. Apenas, nós, os seres humanos projetamos. Só os homens trabalham!
Ao observarmos a
forma como nós nos organizamos socialmente para produzir, ou seja, as relações
de produção, que poderemos identificar o modo de produção, ou
seja, o sistema econômico que estamos vivendo.
Então, responda:
Que modo de produção vivemos hoje? Para responder essa pergunta você tem apenas
duas alternativas, ou pergunta para o seu professor ou procura pensar como tem
sido organizado o nosso processo de produção.
Se você optou
pela segunda alternativa pense primeiro num trabalhador assalariado.
Isso, aquele que
recebe salário. Veja que este trabalhador deve ter um patrão, que é quem lhe
paga todo mês uma quantia em dinheiro por um serviço executado, ou seja, o
patrão é aquele que compra a capacidade de trabalhar de alguém, que compra a força
de trabalho desse trabalhador, é o dono das ferramentas de trabalho e
do produto do trabalho. E o trabalhador, nesse nosso sistema econômico, é
aquele que nada tem, a não ser a capacidade de trabalhar (a força de trabalho),
que ele vende em troca do salário.
Agora, me
responda uma pergunta muito fácil! O patrão paga toda a riqueza que o
trabalhador produz? A Resposta é bem simples: não!
Paga apenas uma
parte para que o trabalhador sobreviva e volte no dia seguinte para vender sua
capacidade de trabalho novamente, e o restante, o lucro, você já deve imaginar
com quem fica. Assim podemos identificar a mais-valia, o trabalhador fica
apenas com uma pequena parcela do que produz e o patrão fica com o lucro. Você
pode observar também que no modo de produção que vivemos existe uma crescente divisão
técnica do trabalho e uma divisão social do trabalho.
A divisão técnica
do trabalho é uma maneira que encontraram de aumentar a produtividade do
trabalhador, de aumentar o trabalho.
Nada mais é do
que separar, por exemplo, a produção de bombons em etapas e fazer com que os
trabalhadores sejam especialistas apenas em uma das fases e não trabalhem em
todas as etapas da produção de bombons.
Assim caba
gerando a alienação, o trabalhador se torna alheio, indiferente ao que ele
produz. O trabalhador não conhece todas as etapas da produção e pode até nem
saber a utilidade do que está produzindo.
Já a divisão
social do trabalho é a divisão entre o trabalho físico e o trabalho
intelectual. Você já ouviu aquela frase? “Você é pago para trabalhar e não para
pensar!” Uns são pagos para executar tarefas intelectuais e geralmente ganham
mais e têm maior prestigio junto a sociedade, como acontece com os advogados. E
outros trabalhadores que dispõe maior força física, como os pedreiros ganham
menos em relação aos médicos, porque entende-se de forma errada que seu
trabalho não denota intelecto. Pois é, isso é o reflexo a divisão desigual que
se dá em nossa sociedade ao saber útil para a produção. A exploração dos
trabalhadores existe no mundo inteiro, graças ao sistema capitalista que tem
como prioridade o lucro. É só através da educação que os trabalhadores, as
pessoas em geral poderão se libertar de tais jugos capitalistas, porque é
através da educação que um povo pode reivindicar melhor seus direitos.
(ROCHA, Priscila P. Adaptado
de SANTOS, Cláudia F G e SILVA, Mariana P C)
Cidadão - Zé Ramalho
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
Hié! Hié! Hié! Hié!
Nenhum comentário:
Postar um comentário